Meio Ambiente
"Apagão" que deixou milhares sem energia elétrica no PR é o mais grave dos últimos 5 anos

Dia 24/09/2024
As chuvas registradas nesta segunda-feira (22/09) foram consideradas pela Copel como um dos maiores eventos climáticos dos últimos anos no Paraná. No pico da tempestade, 1,1 milhão de unidades consumidoras ficaram sem energia elétrica, num verdadeiro apagão. Passadas mais de 48 horas, até a manhã desta quarta-feira (24/09), 12 mil imóveis ainda permaneciam sem luz.
O último apagão no Paraná com proporções semelhantes ocorreu em 2020, quando a passagem de um ciclone-bomba deixou 1,8 milhão de unidades consumidoras sem fornecimento no Paraná, equivalente a 38% dos clientes da Copel na época. O evento, em 30 de junho daquele ano, deixou dez pessoas feridas e 1.501 casas foram danificadas após a tempestade no Paraná.
Neste ano, segundo a Copel, este foi “considerado o evento climático mais desafiador dos últimos anos para as redes elétricas da companhia”, disse a Copel em seu site oficial. Os ventos ultrapassaram os 100 km/h em ao menos 12 cidades, e os acumulados de chuva em dois dias fizeram com que dez estações meteorológicas do Instituto Simepar atingissem o volume de água previsto para todo o mês de setembro já no dia 22, completou a Copel.
O pico dos ventos também chegou a 120 km/h, mesma velocidade registrada em Ubiratã desta vez. Naquele episódio, em Curitiba, as rajadas de vento chegaram a 97,9 km/h, quase 25 km/h acima das registradas nesta semana, que alcançaram 74 km/h.
Copel não responde pedidos da população
Em Curitiba, os prejuízos voltaram a marcar a rotina da população. Há cinco anos, o ciclone deixou 185 mil imóveis no escuro. Agora, foram 62 mil. Apesar do número menor, a principal crítica de moradores e comerciantes foi a ausência de informações claras sobre o tempo necessário para restabelecer o fornecimento.
Uma moradora do bairro Fazendinha relatou ter ficado quase 42 horas sem energia após a queda de uma árvore sobre a rede elétrica. “Mesmo com inúmeros chamados abertos, seguíamos no escuro, sem respostas claras ou previsão de retorno”, contou. A normalização só ocorreu às 23h de terça-feira (23/09).
A Avenida Iguaçu, uma das principais da cidade, foi palco de outro episódio: a explosão de um transformador deixou a região sem energia por quase 33 horas, atingindo residências, estabelecimentos comerciais e até um hospital. Para evitar maiores perdas, uma churrascaria contratou um gerador emergencial para manter a refrigeração de alimentos.
O Hospital Pequeno Príncipe também enfrentou dificuldades, mantendo atendimentos com o suporte de geradores. “O hospital tem geradores para manter alas de emergência, como UTIs, mas mesmo assim é preocupante, pois 24h é muito tempo para ficar só com geradores”, disse uma residente de Curitiba.
Copel diz que segue protocolos nacionais
Questionada pela Tribuna do Paraná sobre a gravidade da situação e o plano de contingência da situação, a Copel não respondeu por “falta de agenda” de seus especialistas. Quanto a possíveis indenizações por prejuízos, a empresa informou que segue o protocolo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A companhia informou, no começo da tarde, que o fornecimento de energia já estava “próximo dos patamares de normalidade” na maior parte das regiões e municípios do Paraná. Às 12h40, 6,8 mil unidades consumidoras ainda estavam sem energia no Estado.
Ciclone extratropical aumentou instabilidades
Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), as condições extremas foram provocadas por uma frente fria associada ao aprofundamento de um sistema de baixa pressão no oceano, na altura do Uruguai. Esse processo deu origem a um ciclone extratropical que avançou rapidamente pelo Paraná durante a madrugada.
A atmosfera ficou ainda mais instável em razão do desenvolvimento de uma área de baixa pressão no Paraguai e do intenso fluxo de calor e umidade vindo da Amazônia. A combinação desses fatores favoreceu ventos extremos e a formação de um tornado de categoria F1 na Escala Fujita, confirmado no Centro-Sul do estado.
Semana com chuva no Paraná

Dia 02/09/2024
A primeira semana de setembro começou com instabilidades no tempo nas regiões Oeste, Sudoeste, Sul e Noroeste do Paraná.
De acordo com o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), as chuvas e ventos fortes vão diminuir progressivamente e as temperaturas vão subir até quarta (03). Na quinta (04), entretanto, uma frente fria trará mais chuva e queda das temperaturas na metade sul do Estado.
No domingo (31) as rajadas de vento ultrapassaram os 50 km/h em Cascavel, Loanda, distrito de Horizonte em Palmas, Santa Helena, Santo Antônio da Platina e Toledo. Os maiores acumulados de chuva foram em Laranjeiras do Sul (26,2 mm), Morretes (16 mm) e Guaíra (11,4 mm). Nesta segunda-feira (1.º), as rajadas de vento até o meio-dia seguiram acima de 50 km/h em Cascavel, Guarapuava, Loanda, Maringá, distrito de Horizonte em Palmas, Ponta Grossa e Santo Antônio da Platina.
As instabilidades ocorrem no Oeste, no Sudoeste e Noroeste, com pancadas de chuva e trovoadas localizadas nas regiões de Toledo, Foz do Iguaçu e Umuarama, e permanecem apenas na região de fronteira com países vizinhos e divisa com Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
“Nesta segunda-feira, as instabilidades no Paraná continuam devido à formação de uma área de baixa pressão que se formou na altura do Paraguai e Nordeste da Argentina, associada ao deslocamento de um cavado meteorológico pela Argentina. Esse sistema se afasta em direção ao oceano, no sul do Uruguai, até o final desta noite”, explica Leonardo Furlan, meteorologista do Simepar.
O sistema é diferente das frentes frias, vistas com frequência durante o inverno. Segundo Furlan, uma área de baixa pressão é caracterizada por uma região onde a pressão do ar é reduzida em relação às suas adjacências, tornando-se favorável ao levantamento de parcelas de ar que podem formar nuvens e favorecer a ocorrência de chuvas e tempestades. “Normalmente esses sistemas estão conectados com a circulação atmosférica em médios e altos níveis, que induzem queda de pressão na superfície, assim possibilitando a ocorrência de chuva”.
O sol predomina nas outras regiões e as temperaturas sobem bastante no Noroeste e no Norte, passando dos 30°C durante a tarde. No Leste do Paraná, entretanto, devido à circulação marítima, a nebulosidade e os chuviscos devem permanecer ao longo do dia e as temperaturas não passam dos 20°C. Em alguns pontos específicos as pancadas de chuva já foram fortes durante a manhã: a nova estação meteorológica instalada em agosto na base do Parque Estadual Pico Marumbi em Morretes, por exemplo, já registrou um acumulado de 78 mm até meio-dia.
SEMANA - Na terça-feira (02) a chance de chuva isolada no Leste diminui, mas a nebulosidade segue variando ao longo do dia. O sol aparece um pouco mais e as temperaturas podem chegar a 25°C. No Noroeste e Oeste as elas seguem subindo, e podem atingir 35°C. Perto da fronteira com países vizinhos e da divisa com Santa Catarina, a nebulosidade também permanece, com risco de chuvas isoladas, principalmente no período da tarde.
Na quarta-feira (03) as temperaturas sobem ainda mais em todo o Estado, chegando a 28°C na Região Metropolitana de Curitiba, e passando dos 30°C em boa parte do Paraná. “As instabilidades podem atuar de forma isolada na divisa com Santa Catarina e também no Oeste e Noroeste do Estado, devido ao aquecimento diurno e também pela oferta de umidade nessas regiões”, explica Furlan.
A situação muda apenas na quinta-feira (04), devido ao avanço de uma frente fria pelo Sul do país, que deve trazer chuva até sexta (05) e queda nas temperaturas, principalmente na metade sul paranaense, com uma diferença de mais de dez graus nas máximas em poucos dias.
Em Palmas, por exemplo, as temperaturas devem ficar entre 13°C e 26°C na quarta-feira (03), entre 12°C e 19°C, na sexta (05), e 9°C a 13°C, apenas, no sábado. Em Curitiba as temperaturas ficam entre 15°C e 27°C na quinta-feira (04) e já caem para 10°C a 13°C no sábado. No Oeste a queda será um pouco menor: aproximadamente 5°C de diferença. Na metade norte do Estado as temperaturas terão pouca alteração.
Furlan explica que uma frente fria é caracterizada por uma zona de convergência entre duas massas de ar de características distintas: massa de ar mais aquecido (seco ou úmido) e uma massa de ar mais frio (seco ou úmido).
“O ar quente fica situado na sua dianteira, enquanto na sua retaguarda temos o avanço do ar mais frio. No hemisfério sul as frentes frias se deslocam de oeste para leste e de sul para norte (do polo em direção ao trópico). Esses sistemas frontais, quando munidos de fluxo de umidade e calor e também de áreas de baixa pressão, favorecem a ocorrência de chuvas fortes e tempestades”, ressalta.
Por - AEN
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